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terça-feira, 28 de agosto de 2012

O QUE QUEREMOS?



...a jornada espiritual pode ser muito complicada. Ela pode começar com grande potência, energia, intelecto, ceticismo, curiosidade, mas, pode vir a resultar em nada mais do que uma espécie de religião baseada completamente na fé cega. Esse é o principal perigo para o praticante budista. É fácil cair nessa armadilha, sem realmente nem perceber. Achamos que estamos sendo muito céticos e inquisidores. Então, de repente, encontramo-nos dentro da tradição totalmente cegos e presos em algum dogma religioso. Encontramo-nos no meio de uma grande escuridão, ainda caminhando, mas sem saber para onde estamos indo.
 
Existe uma tremenda necessidade de refletir inúmeras vezes sobre a direção do nosso caminho espiritual. Qual é a razão de estarmos aqui? O que é a motivação básica que nos trouxe a este caminho? É um interesse genuíno no despertar, na iluminação, na liberdade? Ou temos outras razões? Cada um  de nós agora então teria que lembrar do nosso propósito e motivação. Temos que voltar para as perguntas mais básicas: eu quero realmente atingir a iluminação? Estou realmente disposto a conseguir isso? Não é uma questão de como é difícil ou quanto tempo se precisa para se tornar iluminado. A questão é: será que eu realmente quero acordar deste sonho?
 
A partir da perspectiva do Mahamudra e ensinamentos Dzogchen, podemos acordar agora. Quando acordamos do nosso confuso estado de sonolência isso é a iluminação. Não há nenhuma diferença entre este momento e iluminação. A natureza de nossa mente está completamente desperta desde o início, e este estado desperto não é nada que não seja a nossa experiência comum de emoções, pensamentos e percepções.
DZOGCHEN PONLOP RINPOCHE ( 1965 - )  - www.dpr.info -  Extraído do livro Wild Awakening: The Heart of Mahamudra and Dzogchen