Páginas

terça-feira, 30 de outubro de 2012

INVESTIGUE


Nós, que estamos envolvidos na prática, devemos observar a nossa própria consciência com precisão. Se for um objeto real e tangível, deve ter cor, forma e localização discernível. É inconsistente afirmar que a mente é tangível, mas não tem forma. Investigue suas qualidades tangíveis, e se você pensa não existir nenhuma, você pode concluir que não pode encontrá-la. Mas o que é que se engaja nesta atividade mental de investigação? Investigue, olhando ao redor e ao redor, buscando a mente, e determine se pode ser encontrada qualquer mente e se é existente ou inexistente, e determine a fronteira entre esses dois aspectos. A clara derrota dessa busca é necessária para a obtenção de realização da essência do Darma.
— GYATRUL RINPOCHE -  Spacious Path to Freedom 

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

SOFRIMENTO COMO CAMINHO



Imagine, por exemplo, tentar se livrar do desejo e apego por alguém que achamos atraente, continuando a se apegar nas suas qualidades atraentes. Todo esse esforço seria em vão. Da mesma forma, se nos concentrarmos apenas na dor do sofrimento, nunca poderemos desenvolver resistência ou capacidade de suportá-lo. Assim, como indicado nas instruções chamadas “Selando as Portas dos Sentidos”, não se feche em todos os tipos de conceitos produzidos pela mente sobre o seu sofrimento. Em vez disso, aprenda a deixar a mente tranquila em seu estado natural, trazendo a mente para casa deixando a descansar lá e deixe-a encontrar a sua própria base.
- DODRUPCHEN JIGME TEMPE NYIMA (1865-1926) -  Utilizando a Felicidade e Sofrimento como caminho para a Liberação

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

DESCOBERTA


É muito importante, quando estamos seguindo um ensinamento, particularmente Dzogchen, entender o que "Dzogchen" realmente significa. Caso contrário, mesmo que passe ano após ano, sempre permanecemos no mesmo ponto.
 
Nós dependemos de nome e forma, mas estamos continuamente nos iludindo porque não correspondem ao sentido real. Um professor Dzogchen nunca pede para você aceitar ou mudar nada. Um professor de Dzogchen só pede que você observe a si mesmo para que possa descobrir sua verdadeira natureza. Se você descobrir sua verdadeira natureza, quem se beneficia é você, não seu professor. O professor tenta fazer você entender, dando ensinamentos.
 
Nós dizemos que o professor está trabalhando com o aluno para que ele ou ela entendam. Esse é o verdadeiro ensino. É assim que funciona. Então, mesmo se nós só estivermos praticando o ensinamento em um curto período de tempo, ele faz sentido. Se você ainda não descobriu a sua verdadeira natureza e potencialidade, talvez por este princípio, você pode descobrir por si mesmo um dia.
 
Embora o professor dê vários métodos de modo a ter diferentes experiências, primeiro precisamos de conhecimento, a compreensão do que significa estar em nossa verdadeira natureza. Temos de descobrir, caso contrário, não podemos entender esse estado. Este é o primeiro passo. Depois disso, temos de perceber o conhecimento de modo que se torna real, porque, embora, por vezes, a experiência é real, e pode ser algo relacionado com a nossa verdadeira natureza, ainda vivemos em um estado com as nossas visões dualistas e conceitos de sujeito e objeto, e possuem uma infinita potencialidade de carma negativo.
- NAMKHAI NORBU RINPOCHE -  Dzogchen Teachings 



segunda-feira, 15 de outubro de 2012

MENTE E CÉREBRO


Eles (cientistas) podem observar e provar e medir até encontrar fatos sobre a atividade cerebral, mas como eles irão saber o que a mente está experimentando enquanto fazem isso? Eles podem, por exemplo, ser capazes de dizer que há muita atividade em tal e tal região do cérebro quando alguém pensa sobre a cor vermelha. Mas como eles podem saber se a pessoa está realmente pensando nessa cor? A pessoa que está sendo testada conhece certamente a natureza da experiência. E pode chamá-la de vermelho. Mas também poderia não fazer isso. Poderia não nomear nada. E nunca saberá se mais alguém  experimenta algo do mesmo modo que ela, mesmo que outra pessoa chame a experiência pelo mesmo nome. Ela poderia também chamá-la de vermelho. Mas quem poderia saber o que foi de fato experimentado senão a pessoa que experimentou? O cientista pode dizer que o cérebro está com uma atividade como se estivesse experimentando o vermelho porque ele está agindo como sempre faz quando as pessoas passam por essa experiência. Mas quem irá saber se eles estão certos ou não? Só a pessoa que fez a experiência saberá com certeza. 
KHENPO TSULTRIM GYAMTSO RINPOCHE - Progressive Stages of Meditation on Emptiness