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sábado, 30 de junho de 2012

BUDISMO NO OCIDENTE



Às vezes o que talvez ajude os ocidentais a desenvolverem um maior respeito e apreciação pelo oriente é lembrar que há 3.000 anos, quando o oriente estava florescente com a filosofia, arte, línguas e medicina, as nações ocidentais nativas não tinham sequer a ideia de escovar seus próprios dentes! E em muitas perspectivas culturais, a tão falada ciência ocidental e tecnologia realmente não têm feito muito exceto acabar com os recursos naturais. Ideias como a democracia e o capitalismo, como a igualdade e os direitos humanos, podem ser percebidas de terem falhado miseravelmente no ocidente, e não são nada mais do que novos dogmas.
 Eu acho difícil de ver uma vantagem de incorporar esses sistemas ocidentais limitados com a aproximação do Darma. Isso certamente não criará a extraordinária realização que o príncipe Sidarta alcançou abaixo da árvore Bodhi há 2.500 anos. O ocidente pode analisar e criticar a cultura tibetana, mas eu ficaria muito agradecido se eles pudessem ter a humildade e o respeito de deixarem os ensinamentos do Sidarta de lado, ou ao menos estudar e praticar a fundo antes de se posicionarem como autoridades.
 Se as pessoas pudessem colocar algum esforço para serem seres respeitosos e com mentes abertas, haveria muito conhecimento disponível que poderiam liberar eles de todos os tipos de sofrimento e confusões. Foi somente agora que eu cheguei a perceber o significativo do respeito que os tradutores tibetanos e eruditos do passado tinham em relação à Índia, por sua fonte de Darma e de sabedoria. Ao invés de serem críticos ou até mesmo ressentidos por suas procuras, eles a chamavam de "A Sublime Terra da Índia". Esse é um tipo de atitude bem diferente da mentalidade de shopping ocidental a qual se observa o Darma como sendo uma mercadoria e nosso próprio envolvimento como sendo um investimento egoístico onde se quer apenas o que se encaixa bem com nossas expectativas habituais e rejeitando o que não achamos imediatamente gratificante.
Isso não é dizer que os ocidentais não deveriam ser críticos com os ensinamentos budistas. Pelo contrário, como o senhor Buda disse, "Sem fundir, bater, pesar e polir a substância amarela, nunca se saberá se ela é ouro. Da mesma forma que sem analisar, alguém não deveria aceitar o Darma como sendo verdadeiro e válido." Análises lógicas sempre foram encorajadas nas tradições budistas, e o budismo sempre tem contestado a promoção da fé cega.
A diferença situa-se em uma atitude que você toma em relação à crítica. No processo de analisar a "substância amarela" o analista não tem apenas que manter uma mente receptiva, mas também reconhecer que ele ou ela talvez não tenha uma sabedoria adequada sobre a matéria em assunto. Esse é o ponto chave da análise. De outra maneira nós estaríamos apenas procurando confirmações sobre aquilo que nós já acreditamos. Ser cético e procurar por falhas são duas coisas completamente diferentes.
- DZONGSAR KHYENTSE RINPOCHE www.siddharthasintent.org

sexta-feira, 29 de junho de 2012

INSTRUÇÕES DE MACHIG LABDRÖN




Por noventa e nove anos, eu trabalhei pelo benefício dos seresAgora este trabalho está quase completo. Eu não nascerei novamente neste reino humano em uma forma física, nem deixarei para trás quaisquer restos ou relíquias. Mas as minhas emanações no mundo serão inumeráveis; e muitos irão reconhecê-las. Elas serão percebidas de diferentes modos, dependendo do karma, puro ou impuro. Compreendam isto, meus filhos.
Filhos afortunados, mantenham isto em seus corações. Minhas instruções sobre o Chöd são o ensinamento autêntico do Mahamudra [tib. Cha gya chen po]. Este Mahamudra não pode ser explicado em palavras. Ele não pode ser explicado, mas é como isto:
Chag é a natureza da vacuidade [da mente].Gya é a liberação da vastidão [das aparências] do samsara. Chenpo é a união inseparável [das aparências e da vacuidade]. Primordialmente coemergente, [esta inseparabilidade] como o espaço, não faz nada, não é dependente de qualquer coisa.
Do mesmo modo, a mente em si, [natural e coemergente,] não tem suporte, não tem objeto: deixem-na descansar em sua expansão natural sem qualquer fabricação. Quando os vínculos [dos pensamentos negativos] forem liberados, vocês serão livres, não há dúvida.
Quando se olha para o espaço, todos os outros objetos visuais desaparecem; também é assim para a mente em si. Quando a mente está olhando para a mente, todos os pensamentos discursivos cessam e a iluminação é atingida.
- MACHIG LABDRÖN - (1055 - 1149)

quinta-feira, 28 de junho de 2012

VISÃO E CONDUTA



Guru Rinpoche disse que há dois aspectos dos praticantes de Dzogchen. O primeiro é desenvolver uma mente ou visão espaçosa - ilimitada, aberta, livre e solta. O segundo, as ações físicas com o corpo, a fala e a mente devem ser perfeitas - éticas até o menor detalhe. No início, isto é muito importante e então, conforme a visão gradualmente se desenvolver, a conduta tomará cuidado de si mesma, automaticamente, sem esforço, simplesmente tendo a visão profunda.
A conduta é o ideal da bondade amorosa e da compaixão diante de todos os seres, igualmente. Sem a conduta, a visão mais elevada pode ser nociva porque as pessoas pensam que têm a visão e que tudo está certo, sem dar atenção à conduta. Mas elas estão apenas pensando isso; não é uma realização verdadeira, então seu raciocínio é falho. Patrul Rinpoche disse que se alguém disser que tem a visão mas não mostrar a bondade amorosa, você deverá encher a boca dessa pessoa com o excremento de cem cidades. Então não enfatizamos apenas a visão e negligenciamos no comportamento; mas o oposto também é incorreto - não tentar entender a visão apenas e examinar apenas a conduta. Se você apenas praticar a conduta virtuosa por centenas de éons [sem a visão], a iluminação nunca será alcançada. Precisamos da sabedoria da visão - a visão pura da mente búdica. Se você praticar apenas do ponto de vista externo, será como uma galinha - é um pássaro mas não pode voar; mas se você praticar a conduta e a visão, você será como uma garuda voando e tudo se desdobrará muito rapidamente em uma única vida.
A virtude e sua prática nos beneficiam, mas isso não é permanente e pertence ao mundo da verdade relativa, que é definida em termos de bom e mau, feliz e triste, e assim por diante. Ser um Buda não é uma questão de ser feliz ou triste. "Ser um Buda" não está nesse nível. O estado búdico transcende essas categorias e é por isso que, para atingi-lo, precisamos trabalhar tanto com a conduta quanto com a visão. A questão é que precisamos juntar as duas acumulações - mérito e sabedoria. De outro modo, estaremos sempre brigando e desbalanceados em nossa vida.
- LAMA TARCHIN RINPOCHE -  www.vajrayana.org


quarta-feira, 27 de junho de 2012

ESSÊNCIA MAIS ÍNTIMA


É fácil teorizar e falar com eloquência a respeito do vazio, mas o meditador pode ainda não ser capaz de lidar com certas situações. Um texto do Maha-Ati diz: “a percepção temporária é como uma névoa que com certeza desaparecerá”. Os meditadores que não estudam esses perigos jamais obtém coisa alguma ao fazer um retiro rigoroso, ou refrear a mente à força, ao fazer visualizações, ao recitar mantras ou praticar hatha ioga. Como está dito no Phagpa Düdpa Sutra: “O bodisatva que não conhece o verdadeiro significado da solidão, mesmo que medite durante muitos anos num vale remoto cheio de cobras venenosas, a mil quilômetros da habitação mais próxima, desenvolverá um orgulho arrogante”.
 Se o meditador é capaz de usar como caminho tudo que lhe acontece na vida, seja o que for, seu corpo passa a ser uma cabana de retiro. Ele não precisa aumentar o número de anos que passou meditando e não entra em pânico quando surgem pensamentos ‘chocantes’.  Sua consciência continua firme como a de um velho observando uma criança brincar. Como diz um texto do Maha-Ati: “a realização absoluta é como o espaço imutável”.
O iogue do Maha-Ati pode parecer uma pessoa comum, mas sempre mantém sua atenção no estado desperto atemporal. Não tem necessidade de livros porque encara os fenômenos aparentes e toda a existência como se fossem a mandala do guru. Para ele não existe especulação em relação aos estágios do caminho.  Seus atos são espontâneos, por isso beneficiam todos os seres sencientes. Quando seu corpo morre, sua consciência se identifica com o dharmakaya do mesmo modo que o ar dentro de um vaso se funde com o ambiente quando o vaso quebra.
- JIGME LINGPA -  (1729 -  1798)

terça-feira, 26 de junho de 2012

IMPORTÂNCIA DA PRÁTICA DE SHAMATA



Os Budas do passado alcançaram a iluminação porque eles subjugaram suas próprias mentes, enquanto nós que, ainda não conseguimos atingir a iluminação, é porque não submetemos nossas mentes. Sem alcançar em primeiro lugar a tranquilidade, a grande sabedoria primordial não pode surgir. O cultivo de quiescência é muitas vezes comparado a lavrar um campo: se você não preparar o terreno, mesmo que você plante sementes, não vai ter uma boa colheita. Da mesma forma, o cultivo de quiescência deve preceder o cultivo do insight e sabedoria. 
O Sutra Possuindo as Raízes da Virtude afirma:
Mesmo que você acumule disciplina ética por uma eternidade e cultive a paciência durante um longo período, se você não se familiarizar com a realidade, você é um extremista em relação aos meus ensinamentos.
Nesta passagem, "se familiarizar com a realidade" significa cultivar quiescência.  Assim, se você não desenvolver quiescência e discernimento subsequentemente, você não está realmente seguindo o caminho do Buda, mesmo que você esteja tentando  praticar o Dharma.  Você continuará a ser um "estranho" em relação aos ensinamentos.
- GYATRUL RINPOCHE - A Spacious Path to Freedom: Practical Instructions on the Union of Mahamudra and Atiyoga


*Quiescência é sinônimo para shamata.

segunda-feira, 25 de junho de 2012

DEBATE DE MANJUSHRI E VIMALAKIRTI



Manjushri perguntou a Vimalakirti: “Como um bodisatva alcança o caminho do Buda?” Vimalakirti disse: “É fazendo coisas que o desviam do caminho que ele o alcança. Mesmo caindo nos infernos por ter cometido atos atrozes, ele não apresenta qualquer agonia. Ao entrar no reino dos animais ele não tem ignorância alguma. Ao cair no reino dos demônios famintos, méritos são acumulados. Mesmo quando parece ser ganancioso, ele está livre do apego. Mesmo demonstrando raiva, ele controla sua mente. Ainda que demonstre parcimônia, ele abre mão de tudo, inclusive de sua própria vida. Aparentemente violando os preceitos, ele é cuidadoso para não cometer a menor negatividade. Mesmo parecendo bajulador, ele utiliza meios hábeis de acordo com o Darma. Apesar de parecer arrogante, ele é realmente humilde. Se aparentemente segue caminhos maléficos, ele vive em harmonia com a sabedoria do Buda. Apesar de viver na abundância, reconhece a impermanência, não caindo na indulgência. Mesmo possuindo uma esposa, está livre da luxúria. Mesmo levando uma vida negativa, está guiando os outros para uma vida positiva. Ao apresentar a entrada no nirvana, ele não está se excluindo do estado de nascimento e morte. Manjushri, ao fazer estas coisas que vão contra o caminho, realizará o caminho do Buda.”
Manjushri lançou a questão: “Qual é a semente que permite que alguém se torne um buda?” Vimalakirti respondeu assim: “Todas as visões errôneas dos outros ensinamentos e todas as negatividades são sementes para um buda; aqueles que acreditam que o nirvana é independente das negatividades não podem alcançar o caminho do Buda. O lótus não cresce em planícies elevadas, mas floresce na água lodosa. Igualmente, o Darma do Buda é gerado ao viver em meio às negatividades. Além do mais, sementes não crescerão quando plantadas no céu; plantadas na sujeira e no esterco elas brotam vigorosamente. Da mesma forma, aqueles que imergem completamente no nirvana não-criado não podem produzir o Darma. Ao contrário, aqueles que chegam com egos grandes como montanhas são exatamente os que despertam a mente que aspira ao caminho e que são capazes de produzir o Darma. Isto é, todas as negatividades são sementes para alcançar o estado búdico. A não ser que se mergulhe profundamente até o fundo do mar, não será possível obter as gemas inestimáveis. 
Texto extraído da sinopse do capítulo IV do livro Buddha-Dharma: The Way To Enlightment.

sábado, 23 de junho de 2012

PAIXÃO


A paixão livre é irradiação sem um irradiador, é uma cordialidade fluida e penetrante que avança sem esforço. Não é destrutiva porque é um estado equilibrado de ser e altamente inteligente. A autoconsciência inibe esse inteligente e equilibrado estado de ser. Se nos abrirmos, se abandonarmos essa ganância autoconsciente, veremos não só a superfície de um objeto, mas também todos os seus aspectos interiores. Não o apreciaremos apenas por suas qualidades sensacionais, mas o veremos em termos de qualidades totais, que são o ouro puro. Não somos engolfados pela exterioridade, mas ver o exterior nos empurra simultaneamente para o interior. Dessa forma, atingimos o âmago da situação, e, se ela é o encontro de duas pessoas, o relacionamento é muito estimulante, pois não vemos o outro simplesmente em termos de atração física ou de padrões habituais: nós vemos tanto seu exterior como seu interior.
Esse processo de comunicação onipenetrante poderá causar um problema. Suponhamos que vejamos alguém direta e inteiramente e que essa pessoa, não querendo ser vista tão intimamente, fique horrorizada e fuja. O que fazer nesse caso? Fazemos nossa comunicação de forma total e completa. Se a pessoa foge, é essa a sua forma de comunicar-se conosco. Não investigamos mais. Se prosseguíssemos em seu encalço, mais cedo ou mais tarde, nos converteríamos num demônio do ponto de vista dessa outra pessoa. Enxergamos através do seu corpo e vemos sua carne e gordura suculenta que gostaríamos de devorar, de modo que, para ela, nós parecemos um vampiro. E quanto mais tentarmos a perseguir, mais fracassaremos. Desejosos, talvez a tenhamos examinado de forma muito penetrante, muito devastadora. Pelo fato de termos belos e penetrantes olhos, paixão e inteligência perspicaz e, abusamos de nosso talento e jogamos com isso. É um fato perfeitamente natural que as pessoas, se possuem algum poder particular ou se são dotadas de energia hábil, abusem dessas possibilidades, empregando-as mal ao tenta invadir todos os cantos. Nesse tipo de abordagem está faltando algo bastante óbvio - um senso de humor. Se procurarmos levar as coisas longes demais, isso quer dizer que não sentimos adequadamente o terreno; apenas sentimos o nosso relacionamento com o terreno. O que está errado é que não percebemos todos os aspectos da situação e, consequentemente, falhamos no aspecto irônico e jocoso.
- CHÖGYAM TRUNGPA RINPOCHE (1939 - 1987) - O Mito da Liberdade e o Caminho da Meditação. 

sexta-feira, 22 de junho de 2012

DANÇA MÁGICA



Curvo-me à minha própria Mente de Sabedoria, 
 Que é a minha melhor professora de sabedoria,
A fonte de todas as qualidades visíveis e invisíveis.
Os seres sencientes estão sempre no tempo e no espaço.
Se os seres sencientes estão no tempo,
Minha professora de sabedoria dança magicamente no tempo.
Se os seres sencientes estão no espaço,
Minha professora de sabedoria dança magicamente no espaço.
Se realmente examinado, você nunca permanece em lugar algum.
Você é apenas uma exibição.A qualquer coisa que nunca permanece.
A você, minha professora de sabedoria, eu me curvo.


- THINLEY NORBU RINPOCHE (1931 - 2011) - Magic Dance: The Display of the Self-Nature of the Five Wisdom Dakinis.

PONTO IMPORTANTE



A iluminação corresponde a nós encontrarmos algo que já estava presente, mas não reconhecíamos. Não é conseguir chegar a alguma coisa que não tínhamos e agora temos, mas daqui a pouco perdemos e é preciso esforçar-se para ter de novo. Se tivermos a sensação de que não tínhamos algo e agora obtemos e sustentamos, isso se trata de desejo e apego. Já estamos com os três animais*. Ou seja, viramos aquele que sustenta alguma coisa, e isso corresponde ao javali; tem algo que necessitamos ficar fazendo para sustentar, que é o galo; e eventualmente surge irritação com alguém ou conosco mesmos quando aquilo falhar, que, no caso, é a cobra. Temos a identidade completa operando novamente.
 Observem cuidadosamente se vocês estão tentando sustentar alguma coisa. Por mais elevado que possa parecer e se precisarem estabilizar para não perder, isso é uma prática artificial. Porque a prática da iluminação, da liberação, é encontrarmos alguma coisa que já estava lá e mesmo quando estamos inconscientes segue lá. A diferença é saber se estamos atentos ou não e se estamos usando aqueles recursos ou não. E esses recursos não são aspectos construídos, é algo que sempre existiu.
 - LAMA PADMA SAMTEN - Comentário ao texto de Gyatrul Rinpoche, Iluminação da Sabedoria Primordial, presente no livro Ancient Wisdom. 


* Três animais: são iconograficamente representados pelo javali, galo e cobra no centro da roda da vida. Correspondem a nossa identidade dentro da experiência cíclica.

quinta-feira, 21 de junho de 2012

VISÃO ESTREITA



Estamos continuamente nos apegando a crenças e criando divisões artificiais. Nós decidimos que algumas coisas são invariavelmente boas e outras não são. Esse apego de conceitos é baseado na hipótese de permanência. Mesmo que os fenômenos estejam em constante mutação, a mente projeta uma imagem fixa e agarra-a, atribuindo certa forma a todas as coisas o tempo todo. Ao ver o mundo como gostaríamos que fosse a imagem que surge é um reflexo do nosso autocentramento. É como se estivéssemos sufocados em um casulo apertado. Preso por todas essas imagens, ignoramos as oportunidades para nos lançar no caminho que nos leva a liberação.
Quando queremos mudar a nossa posição, não há espaço, então nós sofremos, passamos um pouco de lado arranhando a parede, e isso é bem desconfortável. Sofremos em todos os lugares por que os nossos movimentos são negados. Este é o efeito do autocentramento e nos apegamos ao corpo e a mente. Criamos um espaço pequeno e apertado para nós e os outros e assim retemos a compaixão e o amor. Autocentrados e apegados no pensamento dualista ficamos estreitos e tensos de modo que naturalmente comunicamos essas qualidades aos outros. 

 - KHENCHEN PALDEN SHERAB RINPOCHE (1938 - 2010) - comentário feito ao terma revelado por Karma Lingpa sobre os Seis Bardos.