Milarepa, enquanto ensinava uma discípula, cantou:
Medite sobre a natureza não nascida da mente, Como o espaço, sem centro, sem limite; Como o sol e a lua, brilhantes e claros; Como uma montanha, imóvel, imperturbável; Como o oceano, profundo, insondável.
Esta mulher praticou por algum tempo e retornou para ver Milarepa,dizendo:
Fico feliz por meditar como o espaço, Mas sou distraída pelas nuvens e pela neblina que aparecem lá.
Fico feliz por meditar como o sol e a lua, Mas sou distraída pelas estrelas e planetas que surgem deles.
Fico feliz por meditar como uma montanha, Mas sou distraída pelas plantas e flores que surgem.
Fico feliz por meditar como o oceano, Mas sou distraída pelas ondas e espuma que surgem.
Fico feliz por meditar sobre a natureza não-nascida da mente, Mas sou distraída pelos pensamentos e imagens que surgem dela.
Mestre, por favor, ensine-me sobre isto.
Milarepa disse que ela teve uma boa experiência meditativa erespondeu com outra canção.
Na meditação como o espaço, As nuvens e a neblina são seus prazeres; Permaneça em sua vastidão sem centro ou limite.
Na meditação como o sol e a lua, As estrelas e os planetas são as suas jóias; Permaneça em seu espaço, brilhante e claro.
Na meditação como uma montanha, As plantas e as flores são seus ornamentos; Permaneça em sua esfera, imóvel e imperturbável.
Na meditação como o oceano, As ondas e espuma são os seus movimentos; Permaneça em sua esfera profunda e insondável.
Na meditação sobre a natureza não-nascida da mente, Os pensamentos e imagens são as suas meditações; Permaneça em sua imensidão, vasta e lúcida.
sexta-feira, 16 de novembro de 2012
CANÇÃO PARA UMA ALUNA
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