A FORÇA DA LINHAGEM
Certa vez, Jigme Gyalwa Nyuku estava
praticando meditação por muitos anos em Tsa-ri com intenso ascetismo e esforço.
Certa vez ele saiu de sua caverna em um dia de sol. Ele olhou na direção de
Lhasa, e com uma lembrança muito forte de seu mestre raiz (Jigme Lingpa) a linhagem dos mestres surgiu em sua mente.
Ele rogou a ela com extrema devoção. Por alguns instantes, foi como se ele
tivesse se tornado inconsciente. Quando ele recuperou a consciência, ele
descobriu que não havia nada a ser visto ou sobre o qual meditar, pois todas as
apreensões de estar em meditação haviam se dissolvido na esfera ultima. Ele havia de fato alcançado a presença última
da consciência intrínseca, livre de flutuações e delusões. Mas ele (não estava
consciente de sua natureza e ele) não estava satisfeito (com o que estava
experimentando). Ele pensou “Alas! Se eu não tivesse visto o sol eu estaria
meditando, mas agora não há nada em que meditar. Eu tenho que ir embora para ver o Lama porque
agora ele está velho e preciso de esclarecimentos sobre a minha
meditação...” Ele foi ver (seu professor), Rigdzin Jigme Lingpa, e ele
apresentou sua realização (meditativa) a ele. Jigme Lingpa ficou feliz e
disse: Filho é isso! Você alcançou o estado da “exaustação das existências
fenomênicas na natureza última”.
— Extraído de The Practice Of Dzogchen: An Anthology Of Longchen Rabjum's Writings On Dzogpa Chenpo