Páginas

terça-feira, 20 de agosto de 2013

A FORÇA DA LINHAGEM


Certa vez, Jigme Gyalwa Nyuku estava praticando meditação por muitos anos em Tsa-ri com intenso ascetismo e esforço. Certa vez ele saiu de sua caverna em um dia de sol. Ele olhou na direção de Lhasa, e com uma lembrança muito forte de seu mestre raiz (Jigme Lingpa)  a linhagem dos mestres surgiu em sua mente. Ele rogou a ela com extrema devoção. Por alguns instantes, foi como se ele tivesse se tornado inconsciente. Quando ele recuperou a consciência, ele descobriu que não havia nada a ser visto ou sobre o qual meditar, pois todas as apreensões de estar em meditação haviam se dissolvido na esfera ultima.  Ele havia de fato alcançado a presença última da consciência intrínseca, livre de flutuações e delusões. Mas ele (não estava consciente de sua natureza e ele) não estava satisfeito (com o que estava experimentando). Ele pensou “Alas! Se eu não tivesse visto o sol eu estaria meditando, mas agora não há nada em que meditar. Eu tenho que ir embora para ver o Lama porque agora ele está velho e preciso de esclarecimentos sobre a minha meditação...” Ele foi ver (seu professor), Rigdzin Jigme Lingpa, e ele apresentou sua realização (meditativa) a ele. Jigme Lingpa ficou feliz e disse: Filho é isso! Você alcançou o estado da “exaustação das existências fenomênicas na natureza última”. 
Extraído de The Practice Of Dzogchen: An Anthology Of Longchen Rabjum's Writings On Dzogpa Chenpo